Poesia, Corpo: interfaces entre literatura e psicanálise, com Diana Junkes

O curso-oficina tem por objetivo proporcionar aos participantes e às participantes algumas reflexões sobre a poesia brasileira, em especial, a contemporânea, com abertura para poetas das décadas anteriores, a partir de diálogos com o pensamento psicanalítico, oriundo das contribuições de Sigmund Freud e Jacques Lacan, e outros aportes teóricos da filosofia e da história.

A proposta é a leitura aprofundada da poesia, em sua relação com o mundo e com a linguagem, mediada pela cultura, pela subjetividade (desejo, falta, deslocamentos do eu), pelo corpo e memória, seja discursiva ou pessoal. Nos últimos encontros, serão abordadas obras de artistas plásticos com o intuito de estabelecer contrapontos entre a linguagem visual e a verbal e os aspectos abordados no curso.

Neste curso-oficina, os encontros são expositivos e contemplam debates e a intervenção dos participantes, bem como propostas de atividades de escrita criativa, facultativas, com o intuito de transformar em ação as reflexões em andamento. Haverá devolutiva da professora sobre essas atividades.

Cada aula será acompanhada de um breve estudo dirigido em Google Doc, entregue com uma semana de antecedência, para organizar a ordem de apresentação dos assuntos e enfatizar aspectos para os quais os participantes devem dedicar mais atenção. Nesse estudo dirigido, serão indicados os poemas a serem trabalhados no encontro correspondente e outras obras de arte que possam contribuir com o debate.

>> As aulas ficam gravadas e você pode assistir posteriormente!

>> Emitimos certificado de participação!

>> Aceitamos pagamento via Pix, Boleto Bancário, PayPal ou em até 3x sem juros no cartão, para pagamentos acima de R$300,00.

Programação

1º encontro:  As razões da poesia

Apresentação do curso. Apresentação da estrutura dos encontros: 3 partes, a saber: leitura de poemas, articulação dos poemas com aspectos teóricos e críticos, discussão. Apresentação dos participantes. A resistência da poesia. O contemporâneo. As razões da poesia. Memória e palavra. Silêncio.

“Poesia a caminho” - Marcos Siscar

“E se me amputassem a língua” – Paulo Ferraz

“Varanda” – Ruy Proença

“Rosa”- Orides Fontela

“Terreno Primordial” – Dora Ribeiro

“Fotografia aérea” – Ferreira Gullar - trechos

2º encontro: Poesia e significante

Linguagem e inconsciente. A função poética de Roman Jakobson. A metáfora e a metonímia.

“Praça da república dos meus sonhos” – Roberto Piva

“Nada está fora do lugar: poema arborescente” – Josely Vianna Baptista

“Permanece” – poemas 3 e 5 – Lubi Prates

“Adumbra” – Guilherme Gontijo Flores

“É uma longa estrada repatriar a alma”; “Azul”, “A casa” – Francesca Cricelli

“Um corpo incendiado: este” – Matheus Guménin Barreto

Nina Rizzi

"Rotina" - Carlos Assumpção

A carta roubada - Edgard Allan Poe.

3º encontro

Parte 1.  Poesia, sintoma, fetiche

A palavra e os limites do sujeito; repetição e rememoração; fixação; do mundo da mercadoria à poesia como mercadoria. A partilha do sensível.

1ª parte

“A flor e a náusea” - Carlos Drummond de Andrade

“5º monólogo interior de Lili Maconha” “Eu vou vendo”; “A última liquidação” de Ademir Assunção

“Abertura dos portos”; “Gineceu” – Maria Rita Khel

“Do desejo” - Hilda Hilst

“Margem de manobra” poemas selecionados – Claudia Roquette-Pinto

“Soneto do desmantelo azul” – Carlos Pena Filho

Parte 2.  Poesia, imagem que reverbera.

Os espelhos partidos. Narciso e eco. O mito de Ovídio.

“Balada do impostor” - Geraldo Carneiro

“O que se cala não nos cura” – Casé Lontra Marques

“Este sou eu” – André Luis Pinto

“A dor como método” – Mônica de Aquino

“Paisagem com dromedários” (trechos) – Carola Saavedra

“Quando chegar”; “Uma carta que não vai seguir” – Ana Cristina Cesar

Metamorfoses – Ovídio

4º encontro: Poesia (n)o mal-estar da civilização: testemunho

Poesia, melancolia e desejo. O fim das utopias. O sujeito no mundo.

“O medo” – Alberto Lins Caldas

“Sobre Anderson”- Bruna Mitrano

“Silente” – Tatiana Pequeno

“Os cães de que desistimos” – Chantal Castelli

“Enclave”- Marcelo Labes

“Íntimo desabrigo” – Tarso de Melo

Prisca Augustoni

"É preciso aprender a ficar submerso", "É preciso voltar à superfície"- Alberto     Pucheu

Diana Junkes é poeta e crítica literária e pesquisadora do CNPq. É  professora de literatura na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), onde também coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Poesia e Cultura – NEPPOC/CNPq. Foi professora visitante nas  universidades de Yale, Illinois, Buenos Aires, Jaguelônica de Cracóvia. Dedica-se ao estudo da poesia brasileira, tema sobre o qual publica regularmente artigos e ensaios e, particularmente, à obra de Haroldo de Campos. Dentre suas produções em livro no campo da crítica, destaca-se  “As razões da máquina antropofágica: poesia e sincronia em Haroldo de Campos”, editora da unesp/2013. Como poeta publicou em revistas eletrônicas, blogs e é autora de “clowns cronópios silêncios” (2017), “sol quando agora” (2018), pela Editora Urutau; “asas plumas maramês” (2019) e asfalto (2022), pela editora Laranja Original.