#apoetadesabado hoje é Auta de Souza. Mulher negra, norte-rio-grandense, nascida na cidade de Macaíba, em 1876.
Órfã de pai e mãe ainda muito jovem, aos quatro anos, Auta de Souza vai viver com a avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, conhecida como Dindinha, em uma chácara no Recife.
Começou a escrever aos dezesseis anos, frequentava o “Club do Biscoito”, associação de amigos que promovia reuniões dançantes onde os convidados recitavam poemas.
Aos dezoito anos, passou a colaborar com a revista “Oásis”, e aos vinte escrevia para “A República”, jornal de maior circulação e que lhe deu visibilidade para a imprensa de outras regiões.
Teve poemas publicados no jornal “O Paiz”, do Rio de Janeiro, e escreveu assiduamente para o prestigiado “A Tribuna", de Natal, na “Revista do Rio Grande do Norte”, era a única mulher entre os colaboradores.
Assinou com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves, entre 1899 e 1900, prática comum em uma época em que a voz feminina era ainda mais ativamente silenciada.
Seu primeiro e único livro “Horto”, foi publicado em Natal, em 1900, pela Tipografia d’A República/Biblioteca do Grêmio Polimático. Continha 114 poemas e 232 páginas e teve prefácio de Olavo Bilac. Sua primeira tiragem, de mil exemplares, esgotou-se em dois meses.
Auta, faleceu em 1901, com apenas 25 anos, vítima da tuberculose, mesma doença que levou sua mãe e seu pai.
Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.
Em 12 de setembro de 2008, durante as comemorações do nascimento da poeta em sua cidade natal, foi lançado o documentário "Noite Auta, Céu Risonho", escrito e dirigido por Ana Laudelina Ferreira Gomes, professora e pesquisadora da UFRN.
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