Inês Sabino, nascida em Salvador, no ano de 1853. Além de poeta, foi contista, romancista, memorialista e biógrafa. Publicou no ano de 1899 um compendio de biografias, intitulado "Mulheres Ilustres do Brasil", apresentando mulheres de diferentes profissões e historias de vida. Também foi participante ativa na associação abolicionista recifense, Aves Libertas, composta apenas por mulheres.
"Não escrevo para matar o tempo: não escrevo para traduzir pensamentos ligeiros e fúteis, não. Eu escrevo por necessidade moral, physica, psychologica e intellectual. Não tenho a pretensão de ser impeccável, não tenho a veleidade de julgar-me talento quando estou abaixo da mediocridade. Eu escrevo como uma obscurissima amadora, por isso sejão benévolos para comigo [...]"
Inês Sabino, em "Contos e lapidações". Editora Laemmert - 1891 (grafia original).
Segundo a pesquisadora Sinéia Maia Teles Silveira:
"[...] Inês Sabino promove rupturas em relação ao pensamento da época, produzindo contos, romances, artigos jornalísticos, biografias, textos memorialísticos e poemas que versam sobre temáticas controversas, problematizadoras da condição das mulheres. Seus textos demarcam um território literário feminino em um século caracterizado pelas hierarquias de gênero, numa sociedade que, mesmo experienciando novas formas de ver o mundo, em um momento de quebra de paradigmas filosóficos, sociais, políticos e estéticos, reserva às mulheres um papel subalterno, aceitando seu prestígio social, de bom grado, apenas no recôndito do lar."
Sinéia Maia Teles Silveira. Múltiplas faces femininas da tessitura literária de Inês Sabino. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2014.
Poema do livro "Rosas pálidas", 1886.
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