Orides Fontela
Orides de Lourdes Teixeira Fontela (São João da Boa Vista, São Paulo, 1940 - Campos do Jordão, São Paulo, 1998).
Precoce, Orides começa a escrever poemas aos 7 anos de idade. Seus primeiros trabalhos são publicados em 1956 no jornal O Município, de sua cidade natal. Em 1967 muda-se para São Paulo, e ingressa no curso de filosofia da Universidade de São Paulo - USP. Estreia com o livro de poemas Transposição, em 1969.
Em São Paulo, trabalha como professora primária e bibliotecária em várias escolas da rede estadual de ensino. Recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA pelo livro Teia, que reúne toda a sua obra, em 1996.
Em dificuldades financeiras, acaba despejada de seu apartamento no centro da cidade e vai viver na Casa do Estudante, um velho prédio na avenida São João. De personalidade difícil, isola-se cada vez mais dos amigos. Morre em 1998, num sanatório em Campos do Jordão, São Paulo.
**Transposição, 1969.
A poeta da contenção e do interesse pelo ser. Por isso, considerada filosófica em demasia. Uma leitora de Kant e de Heidegger, que soube transformar em poesia cortante a nossa condição de seres que não fazem sentido. Ela não é difícil. Só aprendeu a ser precisa, de poemas curtos, às vezes de dois versos que gritam. Era tratada como uma infeliz, uma irrealizada, até em programas na televisão, como o que a TV Cultura fez sobre ela. Fizeram dessa poeta extraordinária uma espécie de vilã rancorosa de novela e ela não era nada disso. Suas reflexões tinham cor e ironia. E seu modo de jogar com os sons das consoantes faz de seus poemas curtos uma recordação dos textos da…