Foto: http://www.kingcenter.com/schedule-of-events/5674-indigo-girls
Começo minha série de indicações de #poesiaqueer com uma referência absolutamente pessoal e afetiva ao que, no meu cotidiano, tem corrido na contramão dos tempos difíceis que estamos vivendo. Uma referência que é também uma homenagem à minha esposa e ao nosso amor que a cada dia cresce como a copa e a raiz de uma árvore: “Free in you”, uma canção das Indigo girls, dupla estadunidense de folk rock formada por Emily Saliers e Amy Ray, do álbum All that we let in.
Preparando essa postagem, descobri que esse álbum foi lançado em 02/02/2004, no mesmo dia e no mesmo mês em que, dezesseis anos depois, troquei alianças com a Deise, ao som dessa mesma canção. Isso foi em 2020, pouco antes da pandemia. Foi a Deise quem me apresentou às Indigo girls. Primeiro, a “Power of two”, depois, a “Free in you”, e por aí foi.
A letra é dificílima de traduzir, cheia de monossílabos e rimas tão musicais quanto os monossílabos da poesia provençal. Eu tinha desistido de arriscar uma versão, mas depois resolvi assumi-la como tentativa de trazer para perto da minha língua essa canção de compositoras pioneiras da cultura queer e, especialmente, da cultura lésbica. Elas lançaram o primeiro álbum em 1987 e, desde então, são uma referência importante que vem atravessando gerações, embora talvez não sejam tão conhecidas no Brasil.
Foto do casamento: Luiz Guilherme Fernandes
Vestidos: Camila Machado
Ana Cláudia Romano Ribeiro escreve, pesquisa, desenha, dá aula, performa. Tudo queer.
Publicou o livro de poemas Ave, semente (Editacuja, 2021), a tradução com introdução e notas da utopia francesa A terra austral conhecida (1676) de Gabriel de Foigny (editora da Unicamp, 2011) e coeditou a revista Morus – Utopia e Renascimento. Atualmente está no prelo sua tradução com introdução e notas da Utopia (1516) de Thomas More (editora da UFPR). Traduziu também os aforismos poéticos Poteaux d’angles (Pilares de canto), de Henri Michaux, e, em projeto coletivo, a peça de teatro Le bleu de l’île (O azul da ilha), de Évelyne Trouillot. Ilustrou A princesa que conseguiu virar moça comum e As cinco Franciscas de Deise Abreu Pacheco (inéditos).
A #poesiaqueer faz parte de nosso projeto de curadorias temáticas, onde convidamos escritoras(es), tradutoras(es) e pesquisadoras(es), para indicar e refletir sobre questões do fazer literário em nossos dias. Confira outras das iniciativas em nosso blog!
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