Paul Celan (1920 — 1970) hoje é considerado um dos poetas mais importantes de língua alemã do pós-guerra. Segundo a poeta, tradutora e professora Patrícia Lavelle, “a leitura dos poemas de Paul Celan desperta aquele desejo de traduzir que Ricœur situa aquém de todo projeto de tradução, como sua condição de possibilidade [...] O desejo de traduzir – e também de interpretar –, que acomete os leitores de Celan, parece vir da própria dicção singular do poeta, ela própria marcada pela experiência dos limiares entre línguas e pelo endereçamento ao outro.” (Revista Cult, 25/5/2021)
Embora não imune a esse desejo, me limitei em selecionar duas traduções — uma de dicção brasileira e outra, portuguesa. Seus autores são, respectivamente, Maurício Mendonça Cardoso (in: A rosa de ninguém. São Paulo: 34 Letras, 2021) e João Barrento e Yvette K. Centeno (in: Sete Rosas mais tarde. Lisboa: Cotovia, 2006). Ao compará-las, notamos o exercício de escolhas que cada tradução demanda, concretiza, e imaginamos as alternativas possíveis para novas leituras.
foto: api.poets.org
#tradução&poesia - Curadoria de Claudia Abeling
Claudia Abeling é paulistana; se lhe perguntam da profissão, diz que “trabalha com livros” – quer dizer: lê, escreve, revisa, traduz, edita. As atividades mudam a cada vez, mas o objeto é sempre o mesmo. Formalmente, cursou Editoração na ECA/USP e trabalhou em diversas editoras. No momento, a tradução do alemão é preponderante. Em 2019, com p:l:a:n:g:e:p:l:a:n:g:e (SP: Quelônio), pela primeira vez seu nome saiu da página de créditos e foi parar numa capa.
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